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Minhas primeiras impressões sobre o Foursquare

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Nas férias que passei no Rio de Janeiro na última semana resolvi começar a usar mais o Foursquare para testar, conhecer, ver se valia a pena mesmo. Muita gente anda falando dele, que vai ser o novo twitter, etc, etc.

Por enquanto eu não gostei muito, não vi muito sentido. Aqui vão meus prós e contras. Em tempo, não sou especialista, nem investi muito tempo nisso. São impressões iniciais.

Para quem nunca ouviu falar no Foursquare, não se assuste, ainda é muito pouco conhecido no Brasil, tendo cerca de 1% dos usuários do twitter (1 milhão x 100 milhões no mundo). É um programinha, que usado no celular, você pode fazer check-in em praças, restaurantes, aeroporto, etc. Enfim, é para você dizer onde está e compartilhar isso com o mundo, ou com seus amigos. O sistema usa o twitter e facebook para se alavancar. Poderia apostar que 100% das pessoas que usam o 4sq têm twitter e/ou FB. A medida que você faz check-ins nos lugares, vai ganhando pontos, acumulando badges e pode se tornar mayor (prefeito) de locais. Eles usam esses pontos para tornar um jogo, estimulando/viciando as pessoas a usarem.

Contras:

  • É fácil de burlar. Você não precisa nem estar perto do lugar para fazer check-in. Com isso, no RJ tem uns caras que dão check-in em tudo que é lugar. Em Ipanema, onde estava, a maioria dos lugares tinha os mesmos 2-3 mayors (prefeitos) de sempre. Eu duvido que esse pessoal frequentava tantos lugares assim. Seria preciso ser carteiro para passar em todos os lugares em tão pouco tempo.
  • Não há relação com comércio. Você não precisa comprar nada para fazer check-in (não precisa nem ir no local). Com isso, é muito possível que o mayor do local nem frequente, não esteja dentro do público alvo. Dessa forma não haveria razão para empresas (em especial bares, restaurantes e hotéis) usarem como forma de estimular a interação com clientes.
  • Por esses dois motivos acima, corre o risco de virar um Second Life. Explico: um negócio sem muita utilidade, onde muitos usam para fantasiar uma vida que não tem. O que acaba mulambando todo o sistema, e desanimando o resto do pessoal de usar. O Michael “Techcrunch” Arrington escreveu um post esses dias zoando que tinha feito check-in nos lugares mais exóticos do planeta em menos de uma semana. Em tempo, a coisa mais legal do Second Life era o site Get a First Life.
  • Tem pouca gente usando, tenho poucos amigos usando. Com isso fica menos engraçado e útil. O problema disso é que é o segredo de Tostines ao contrário. Não uso porque não tenho amigos lá, e meus amigos não usam pelo mesmo motivo. Inverter essa tendência é difícil e acho que as pessoas estão meio que cansadas de mais uma rede social. Cada vez me parece mais difícil entrar uma nova rede, pois você tem que investir muito tempo em aprender, usar, convidar, etc.
  • Muitos locais ainda não estão cadastrados, e me deu preguiça de cadastrar. Ontem fui almoçar num kilo muito bom de Piracicaba, chamado Café Lisboa, mas ele não estava no programinha, daí desisti de fazer check-in. O mesmo aconteceu no sorvete Itália próximo de onde fiquei em Ipanema.

Prós:

  • Pode se tornar uma ótima forma de descobrir lugares legais para ir. Quando você liga o programa no iPhone, ele mostra todos os “lugares” próximos de onde você está. Para um turista como eu em Ipanema, era ótimo para avaliar o que tinha de bom a uma distância que dava para ir a pé.
  • Pode se tornar uma ótima forma de descobrir o que se tem de melhor em determinado lugar (ou de pior). Na terça de madrugada, estava no aeroporto Santos Dumont e fiz check-in. Apareceu um aviso dizendo: André Passamani says “não coma os salgados da prateleira”. Dei risada, e fui olhar outras dicas. Muita gente reclamava que o preço era muito alto, e outros falaram que valia a pena pedir o misto quente. Realmente a conta ficou bem cara para o café espresso (ruim) e o misto quente (bom), mas podia ter sido pior (caro e com salgado ruim).
  • O esquema de jogo (pontos, badges, mayors) é muito legal e estimula as pessoas a usarem. Acho que mais sites/serviços poderiam explorar bem isso.
  • Um extra: ontem fui jantar no Sushi Leblon, um japonês excelente aqui no RJ. Soube desse lugar pelo 4sq do @fseixas. Ou seja, usei muito pouco, mas já foi suficiente para influenciar minha ida num restaurante. Na verdade quem me influenciou foi o Fábio, mas a ferramenta foi o 4sq.

Meus palpites para qualquer sistema que trabalhe com geolocalização, e para quem quer usar nos negócios:

  • O programa deveria associar o check-in com compra/negócio. Isso não foi feito e poderia ser uma maneira de outros sites/serviços avançarem nessa área. No Brasil, o Apontador.com.br poderia ir nessa área.
  • Premie quem cadastra dicas. E deixe os usuários marcar como boa/ruim cada dica. Acho que o melhor por enquanto desses aplicativos é a possibilidade de se compartilhar sugestões/recomendações associadas a localização.
  • Seja fácil de se cadastrar/logar. Minha sugestão é deixar se logar usando contas do twitter, facebook e google/gmail. Ou seja,usar uma conta que todo mundo já tem.
  • Torne fácil ver dicas de usuários, em especial seus amigos. Um site poderia fazer isso usando o sistema do facebook.
  • Se você tem um bar ou restaurante, explore mais outras redes sociais. Eu por exemplo fui na Koni Store, dei check-in no 4sq e fiz um comentário automático no twitter, falando que a comida era ótima e as mesas/cadeiras nem tanto, mas valia a pena. Eles me responderam, super simpáticos. Achei bem legal. Eu acho que tem muita coisa que pode ser feita no twitter e no facebook se você opera um negócio desses, que é essencialmente social.

E você, o que acha disso tudo?

[O post Minhas primeiras impressões sobre o Foursquare foi publicado em Miguel da Rocha Cavalcanti. Visite e participe. Abs, @mcavalcanti.]


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